sexta-feira, 6 de julho de 2012

Cúpula da Contracepção de Bill Gates Enriquecerá Grupos de Aborto e Controle Populacional

Wendy Wright

NOVA IORQUE, EUA, 28 de junho (C-FAM) A Fundação Bill e Melinda Gates quer reunir compromissos de bilhões de dólares de cabeças de Estado e outros líderes para programas contraceptivos que mirem as mulheres pobres. A Fundação Gates também quer que os governos ajudem a vencer o que eles consideram ser “barreiras” para o uso contraceptivo tais como o envolvimento dos pais. Essas campanhas ocorrerão numa Cúpula de Planejamento Familiar patrocinada pelos Gates em 11 de julho em Londres.

De acordo com um documento da Fundação Gates publicado em conjunto com o governo do Reino Unido, uma meta chave é governos permanentes financiando os defensores do aborto para promoverem acordos globais sobre serviços e direitos de saúde sexual e reprodutiva, e fazerem pressão sobre os legisladores para darem mais dinheiro para informações e serviços contraceptivos.


Melinda Gates insiste em que a campanha não está ligada ao aborto ou ao controle populacional. Ela diz que é sobre dar às mulheres condições de escolher uma família tão pequena ou grande quanto quiserem. Contudo, a Cúpula não dá apoio nenhum para a saúde materna ou infantil, e seus principais parceiros têm se engajado em campanhas de aborto e esterilização forçada.

Até mesmo a Anistia Internacional teme que a campanha “retornará aos programas de planejamento familiar coercivos”.

O documento final da Cúpula pede que todos os membros da “comunidade global” — países, doadores, sociedade civil, fabricantes e outros — financiem e promovam o planejamento familiar para todos, inclusive para solteiros e adolescentes.

A premissa básica da Cúpula é uma tão chamada “necessidade não atendida” de contracepção. O conceito se refere a mulheres que não querem uma criança imediatamente e não estão usando a contracepção por alguma razão — inclusive atividade sexual infrequente, aversão aos efeitos colaterais, ou objeções religiosas. De acordo com Lant Pritchett, professor de Harvard, as mulheres que não expressaram nenhum desejo por contraceptivos são registradas como precisando dele. Isso inclui as mulheres “que requerem motivação para quererem o que se presume elas precisam”.

Essa rede vasta que captura as mulheres que não querem usar a contracepção, e poderão desejar filhos num tempo posterior à pesquisa, explica a intenção dominante da Cúpula de usar os financiamentos para “aumentar a reivindicação” por contracepção.

Fundos levantados pela Cúpula serão também usados para comprar e distribuir mais contracepção, presumindo que as mulheres querem contraceptivos, mas não conseguem obtê-los. Contudo, conforme relatório do Banco Mundial, “necessidade não atendida não deveria ser igualada à falta de acesso à contracepção… as mulheres com necessidade não atendida poderão ainda não ter nenhuma intenção de usar a contracepção se fosse prontamente acessível e de boa qualidade”.

Aliás, ao contrário dos dois principais argumentos promovidos pelos defensores do planejamento familiar, estudos mostram que mais acesso à contracepção não resulta em menos gravidezes ou abortos.

Os críticos temem que a campanha da Cúpula em prol da contracepção distanciará verbas e equipes de lutarem com questões de saúde que têm falta de defensores poderosos, tais como assistência médica para mulheres grávidas.

A Cúpula rigidamente controlada está sendo organizada pelo Departamento de Desenvolvimento Internacional da Inglaterra, o qual tem sido acusado pelo jornal Guardian de financiar os programas de esterilização forçada da Índia. A conferência está sendo organizada de modo tão fechado que a sede da conferência só será anunciada depois das reuniões iniciais, e só governos que fizerem compromissos poderão participar. 

A Federação Internacional de Planejamento Familiar, o maior fornecedor mundial de abortos, está mobilizando a sociedade civil a frente do evento. Os ativistas pró-vida estão se queixando sobre a falta de transparência e prestação de contas.