Cerca de 500 pessoas se reuniram nesta quarta-feira na praça dos Três
Poderes para a 3ª Marcha Nacional contra a Homofobia, segundo Polícia Civil.
Participaram representantes de partidos políticos, organizações não
governamentais e entidades de classe.
Os organizadores esperavam cerca de 1,5 mil pessoas de todos os estados
do país, mas a chuva que caia sobre Brasília desde ontem (15) atrapalhou o
início da manifestação de manhã.
Uma bandeira com as cores do arco-íris, símbolo do movimento, foi
estendida em frente ao Palácio do Planalto. Da praça, os manifestantes seguiram
em caminhada até a frente do Congresso Nacional, onde o Senado promoveu ontem
(15) uma audiência pública para debater projeto que criminaliza a homofobia.
Os manifestantes pediam que o governo federal defina um orçamento para
financiar o Plano de Promoção dos Direitos Humanos e Cidadania LGBT, para a
elaboração e a aplicação de políticas públicas voltadas a gays, lésbicas,
travestis e transexuais.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas,
Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, é importante haver um
"tripé" do combate à discriminação: educação, criminalização e
laicização (para impedir que posições religiosas se sobreponham aos assuntos de
Estado). De acordo com Reis, o Planalto sinalizou que a previsão orçamentária
para o plano poderá ser anunciada em três meses.
Manifestantes beijam boneco representando a presidente Dilma durante a marcha contra a homofobia, em Brasília |
Manifestantes beijam boneco representando a presidente Dilma durante a
marcha contra a homofobia, em Brasília
A ONU no Brasil também prestou apoio ao movimento. O coordenador do
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, Pedro Chequer, disse que a
posição da ONU "está na vertente dos direitos humanos".
Os manifestantes também defenderam a aprovação do Projeto de Lei 122, que
criminaliza a homofobia, de 2006. Se aprovada, a norma deverá ser conhecida
como Lei Alexandre Ivo, em homenagem ao adolescente de 14 anos assassinado em
2010, em São Gonçalo (região metropolitana do Rio de Janeiro), vítima de
homofobia.
A lei, já aprovada na Câmara, tramita na Comissão de Assuntos Sociais do
Senado Federal. Falta ainda passar pela Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) para que vá a votação no plenário da Casa. Ontem (15), o Senado promoveu
uma audiência pública para debater o projeto.
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