O
uso de drogas ilícitas é uma realidade conhecida pelos homossexuais, mesmo no
Brasil, mas agora uma pesquisa mostrou que é fortemente presente também no
Reino Unido - e com dados objetivos.
O
estudo, conduzido pela organização Lesbian and Gay Foundation (LGF) e pela
Universidade de Central Lancashire sugere que, na Inglaterra e no País de
Gales, os LGBTs são sete vezes mais propensos a usar drogas ilícitas que a
população em geral.
Mais
de um terço da população de gays, lésbicas e bissexuais utilizaram drogas
ilícitas pelo menos uma vez no mês anterior, segundo a pesquisa - e uma em cada
cinco pessoas pesquisadas mostrou sinais de dependência de drogas ou álcool,
informou o jornal The Independent.
Os
altos números contrastam com os dados publicados pela Crime Survey for England
and Wales (CSEW), que demonstrou que, na população em geral, 5% admitiu ter
feito uso de drogas no mês anterior pelo menos uma vez.
O
estudo da LGF e da Universidade de Central Lancashire pesquisou mais de 4 mil
pessoas ao longo de dois anos e concluiu que o uso de substâncias entre gays,
lésbicas e bissexuais é "significativamente problemático". As substâncias
mais usadas são as chamadas "party drugs" (em português, drogas
festivas, ou recreativas), no topo da lista aparecem a maconha e os poppers,
seguidos pela cocaína, ecstasy, ketamina e anfetaminas, nessa ordem.
Quando
separados e comparados os usos droga a droga, os dados podem ser ainda mais
preocupantes. Os pesquisados foram 10 vezes mais propensos a usar cocaína que a
população em geral e 13 vezes mais propensos a tomar ketamina. O uso de heroína
é similar entre os dois grupos.
Ainda
não está claro que o uso de drogas está relacionado à homofobia ou à integração
à "cena gay", em festas. Além disso, enquanto, na população em geral,
o uso descresce com a idade, gays, lésbicas e bissexuais de 36 a 40 anos tinham
quase a mesma proporção de uso que seus colegas mais jovens.
Segundo
o The Independent, para David Stuart, da London Friend, a única organização
sobre uso de drogas e álcool voltada para a população LGBT no Reino Unido, os
sentimentos de "medo", "rejeição" e de "vergonha em
torno do sexo" podem ajudar a explicar as altas taxas de uso de drogas.
Segundo ele, os serviços do Reino Unido não estão equipados para lidar com essa
realidade. Já para a blogueira Kitty Richardson, 25 anos, do blog Most Cake,
voltado para as lésbicas, a explicação está na socialização típica que acontece
entre os LGBTs, geralmente envolvendo álcool ou drogas - e, no Brasil, será que
a realidade é muito diferente?
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