sábado, 8 de setembro de 2012

Menonitas estão dispostos a morrer em vez de trair menina entregando-a a uma lésbica imposta pelo tribunal para ser mãe dela



Os menonitas da Nicarágua dizem que estão sendo perseguidos por autoridades governamentais desde que escolheram abrigar a ex-lésbica Lisa Miller e sua filha Isabella depois que elas escaparam dos Estados Unidos, mas acrescentam que estão dispostos a sofrer e até morrer para proteger Isabella de uma transferência de custódia ordenada pelo tribunal para uma lésbica que não é sua mãe biológica.

Lisa Miller e sua filha Isabella
Lisa Miller e sua filha fugiram dos EUA no final de 2009 a fim de evitar custódia conjunta de Isabella com Janet Jenkins, ex-parceira lésbica de Lisa. No passado, Lisa havia entrado em Vermont numa união civil homossexual com Janet, que não tem nenhum parentesco com Isabella, que foi concebida por meio de inseminação artificial e nunca foi adotada por Janet. Apesar disso, o tribunal de Vermont declarou que Janet é a “mãe” de Isabella.

Depois de sua separação, Lisa se arrependeu do estilo de vida homossexual e aceitou Jesus Cristo, e começou a lutar contra o acordo de custódia em comum imposto pelo tribunal. Embora testemunho de especialistas tivesse sido apresentado como evidência de que Isabella estava traumatizada com as visitas a Janet, o tribunal se recusou a cancelá-las.
Lisa Miller e sua filha Isabella

Numa carta publicada num site menonita dedicado a defender o Pastor Kenneth Miller (que não tem nenhum parentesco com Lisa Miller) e outros envolvidos na fuga de Lisa e Isabella, a Irmandade Menonita da Nicarágua descreve as pressões e tormentos por parte de autoridades dos EUA e da Nicarágua com relação à decisão dos menonitas de abrigar as duas depois que chegaram à Nicarágua.
A Irmandade diz que suas igrejas na Nicarágua têm sido “questionadas e pressionadas a dar informações” com relação à localização de Isabella. “Alguns têm sido questionados quando vão à embaixada dos EUA. Outros são interrogados em seus lares”.

“Os irmãos e vizinhos têm sido monitorados, interrogados e ameaçados”, e “Em algumas igrejas os cultos de domingo estão sendo vigiados e filmados”, escrevem eles. “A casa de um dos irmãos foi vasculhada sem mandato judicial”.

“Alguns irmãos excomungados disseram que um agente policial ofereceu vistos de graça, viagens aos EUA, ofertas de estudos e jeitos fáceis de se tornarem agentes policiais se ajudassem a encontrar a mãe e sua filha. O agente também aconselhou que eles se tornassem membros de novo da igreja, a fim de trabalharem como espiões”, escrevem os irmãos menonitas.

A Irmandade diz que perdoa seus perseguidores, mas permanecerá firme na defesa de Isabella, que está agora com 10 anos de idade e que “se tornou uma vítima inocente de uma agenda maligna”.

“Estão dando pouca ou nenhuma consideração ao bem-estar dela. De acordo com a Bíblia, cremos que Deus deu a Lisa a responsabilidade exclusiva de cuidar e proteger sua própria filha, já que ela não tem nenhum pai conhecido. De acordo com a Bíblia, é uma guerra entre o bem e o mal, uma batalha entre Deus e Satanás. Como congregação, permanecemos unidos nesta guerra espiritual contra o mal”.

A Irmandade acrescentou que está disposta a sofrer prisão ou morte na causa de proteger Isabella.

“O fato é que de repente nos achamos tendo de escolher entre obedecer a Deus e às leis feitas por homens”, escreveram eles. “Nossa decisão é obedecer a Deus. Estamos dispostos a renunciar a nossos direitos, ir para a prisão, ou até mesmo morrer, pela causa de ajudar alguém a se tornar livre de uma vida de pecado e ajudar essa pessoa a viver em obediência à Palavra de Deus”.

Kenneth Miller, pastor menonita dos EUA, já foi condenado por ajudar Lisa Miller e Isabella a fugirem dos Estados Unidos, e pode enfrentar até três anos de prisão quando for sentenciado. Janet também entrou com uma ação civil contra Kenneth Miller buscando indenização monetária, e incluiu na ação legal organizações que expressaram apoio a Lisa. Mat Staver, deão da Escola de Direito da Universidade Liberty caracterizou essa ação como um ataque à liberdade de expressão.

A carta da Irmandade Menonita da Nicarágua não especifica quais igrejas menonitas representa. Embora a data de sua publicação seja fevereiro deste ano, parece não ter sido distribuída fora dos círculos menonita. Foi citada em maio na publicação Mennonite World Review, e foi citada na ação legal de Janet.