Os
menonitas da Nicarágua dizem que estão sendo perseguidos por autoridades
governamentais desde que escolheram abrigar a ex-lésbica Lisa Miller e sua
filha Isabella depois que elas escaparam dos Estados Unidos, mas acrescentam
que estão dispostos a sofrer e até morrer para proteger Isabella de uma
transferência de custódia ordenada pelo tribunal para uma lésbica que não é sua
mãe biológica.
Lisa Miller e sua filha Isabella |
Lisa
Miller e sua filha fugiram dos EUA no final de 2009 a fim de evitar custódia
conjunta de Isabella com Janet Jenkins, ex-parceira lésbica de Lisa. No
passado, Lisa havia entrado em Vermont numa união civil homossexual com Janet,
que não tem nenhum parentesco com Isabella, que foi concebida por meio de
inseminação artificial e nunca foi adotada por Janet. Apesar disso, o tribunal
de Vermont declarou que Janet é a “mãe” de Isabella.
Depois
de sua separação, Lisa se arrependeu do estilo de vida homossexual e aceitou
Jesus Cristo, e começou a lutar contra o acordo de custódia em comum imposto
pelo tribunal. Embora testemunho de especialistas tivesse sido apresentado como
evidência de que Isabella estava traumatizada com as visitas a Janet, o tribunal
se recusou a cancelá-las.
Lisa
Miller e sua filha Isabella
Numa
carta publicada num site menonita dedicado a defender o Pastor Kenneth Miller
(que não tem nenhum parentesco com Lisa Miller) e outros envolvidos na fuga de
Lisa e Isabella, a Irmandade Menonita da Nicarágua descreve as pressões e
tormentos por parte de autoridades dos EUA e da Nicarágua com relação à decisão
dos menonitas de abrigar as duas depois que chegaram à Nicarágua.
A
Irmandade diz que suas igrejas na Nicarágua têm sido “questionadas e
pressionadas a dar informações” com relação à localização de Isabella. “Alguns
têm sido questionados quando vão à embaixada dos EUA. Outros são interrogados
em seus lares”.
“Os
irmãos e vizinhos têm sido monitorados, interrogados e ameaçados”, e “Em algumas
igrejas os cultos de domingo estão sendo vigiados e filmados”, escrevem eles.
“A casa de um dos irmãos foi vasculhada sem mandato judicial”.
“Alguns
irmãos excomungados disseram que um agente policial ofereceu vistos de graça,
viagens aos EUA, ofertas de estudos e jeitos fáceis de se tornarem agentes
policiais se ajudassem a encontrar a mãe e sua filha. O agente também
aconselhou que eles se tornassem membros de novo da igreja, a fim de
trabalharem como espiões”, escrevem os irmãos menonitas.
A
Irmandade diz que perdoa seus perseguidores, mas permanecerá firme na defesa de
Isabella, que está agora com 10 anos de idade e que “se tornou uma vítima
inocente de uma agenda maligna”.
“Estão
dando pouca ou nenhuma consideração ao bem-estar dela. De acordo com a Bíblia,
cremos que Deus deu a Lisa a responsabilidade exclusiva de cuidar e proteger
sua própria filha, já que ela não tem nenhum pai conhecido. De acordo com a
Bíblia, é uma guerra entre o bem e o mal, uma batalha entre Deus e Satanás.
Como congregação, permanecemos unidos nesta guerra espiritual contra o mal”.
A
Irmandade acrescentou que está disposta a sofrer prisão ou morte na causa de
proteger Isabella.
“O
fato é que de repente nos achamos tendo de escolher entre obedecer a Deus e às
leis feitas por homens”, escreveram eles. “Nossa decisão é obedecer a Deus.
Estamos dispostos a renunciar a nossos direitos, ir para a prisão, ou até mesmo
morrer, pela causa de ajudar alguém a se tornar livre de uma vida de pecado e
ajudar essa pessoa a viver em obediência à Palavra de Deus”.
Kenneth
Miller, pastor menonita dos EUA, já foi condenado por ajudar Lisa Miller e
Isabella a fugirem dos Estados Unidos, e pode enfrentar até três anos de prisão
quando for sentenciado. Janet também entrou com uma ação civil contra Kenneth
Miller buscando indenização monetária, e incluiu na ação legal organizações que
expressaram apoio a Lisa. Mat Staver, deão da Escola de Direito da Universidade
Liberty caracterizou essa ação como um ataque à liberdade de expressão.
A
carta da Irmandade Menonita da Nicarágua não especifica quais igrejas menonitas
representa. Embora a data de sua publicação seja fevereiro deste ano, parece
não ter sido distribuída fora dos círculos menonita. Foi citada em maio na
publicação Mennonite World Review, e foi citada na ação legal de Janet.
Fonte: Julio Severo
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