Um manual polêmico, que
indicava que o homossexualismo seria uma “degeneração” comparável a zoofilia, a
necrofilia e ao incesto, foi rapidamente modificado pela Polícia Militar depois
de sofrer críticas por organizações dos direitos dos homossexuais na Itália.
O parágrafo foi retirado
do manual da Escola de Carabineiros, datado de dezembro de 2011, e destinado a
preparar os exames para aspirantes a ajudantes de marechais. “Tratava-se de
material erroneamente incluído num texto antiquado e já revisto” explicou dias
depois um comunicado da Polícia Militar.
Para o comandante Leonardo
Gallitellu, comandante dos carabineiros, “foi um infeliz mal entendido”. O
texto foi descoberto pelo jornal italiano “Corriere della Sera”. Aprovado pelo
coronel Pasquale Santoro, o manual foi usado pelos candidatos que se
apresentaram no fim de junho ao exame.
O resumo do texto que foi
retirado indicava os passos que um bom ajudante deve seguir para completar os
dados de delinquentes, detentos em prisão domiciliar, membros do crime
organizado, invasores ou pessoas socialmente perigosas. No manual, os
aspirantes ao posto eram lembrados de que é importante definir as doenças
mentais dos indivíduos e concretamente suas degenerações sexuais, porque “o
instinto sexual faz parte ativa da formação do caráter e do desenvolvimento das
atividades individuais”.
O conteúdo do exame gerou
fortes críticas na comunidade gay italiana. Para a a deputada Paola Concia,
membro do Partido Democrata, as observações no texto podem ser classificadas
como “homofobia de Estado”.
- É vergonhoso. Tenho de
conter minha raiva, mas me custa muito. Os que teriam que nos defender, são os
mesmos que afirmam que a homossexualidade é como zoofilia, uma perversão. Com
isso, se alguém agredir a um gay é porque ele merece - afirmou a deputada,
lésbica assumida, ao jornal espanhol “El Mundo”.
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